Do Plantão Brasil - Um policial militar reformado e um ex-PM foram presos na
madrugada de hoje suspeitos de participação direta no assassinato da vereadora
carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista do carro em que ela estava,
Anderson Gomes. O crime completa um ano na próxima quinta (14). O policial
reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz,
46, foram alvos da Operação Lume, realizada em conjunto pela Polícia Civil com
o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Segundo a Promotoria, Lessa é apontado como o autor dos
disparos que matou os dois. Já Queiroz, que foi expulso da PM, estaria
conduzindo o carro usado no crime, de acordo com as investigações. Os dois
foram denunciados pelo MP por duplo homicídio qualificado. O UOL ainda não
conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.
No carro onde estavam Marielle e Anderson,
também estava a assessora da parlamentar Fernanda Chaves, que não foi atingida
pelos disparos. Os dois suspeitos também foram denunciados pelo MP por
tentativa de homicídio contra ela.
Lessa foi preso em sua casa, no mesmo condomínio
onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio
de Janeiro.
Contra Lessa, o MP também pediu a suspensão da
sua remuneração e do porte de arma de fogo do policial militar reformado.
A Promotoria também pede que se pague uma
indenização por danos morais aos familiares das vítimas, além de que seja
fixada uma pensão em favor do filho menor de Anderson até que ele complete 24
anos de idade. Atualmente, ele possui dois anos de idade.
Além das prisões, a operação cumpriu mandados de
busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. O objetivo é apreender
documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios,
munições e outros objetos.
"A empreitada criminosa foi meticulosamente
planejada durante os três meses que antecederam o atentado", diz a
Promotoria.
O MP diz que "é inconteste que Marielle foi
sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que
defendia". Para os promotores, o assassinato foi um golpe ao "Estado
Democrático de Direito".