1 BLOG DO LUIS MAGNO - Pastor, para começarmos nossa entrevista
gostaríamos que recordasse para os mais neutros observadores da cristandade
local, sobre como se deu a sua chegada em Santa Luzia do Paruá e sob quais
circunstâncias? O que o senhor pode nos revelar sobre este assunto?
DIMAS - Na verdade,
fiz amigos e muitos amigos, de pessoas simples à pessoas de destaques. Pecaria
se dissesse que citaria todos, no entanto, apresentarei alguns: o ex prefeito
Nilton, pois cheguei no meio de seu mandato, Dr. Harolfran, do qual tenho um
extremo respeito como líder político, médico e cidadão ilustre. À Dra. Eunice,
quando prefeita deste município. O amigo Plácido Holanda, que antes de ser
prefeito, como secretário, nos ajudou e o considero deste o início como um
amigo. Também os nobres empresários: Zequinha da Pinherense, Francisco Melo
(Cimentão), Jonas (da Águia Motos), Sanquez Moraes, irmão Narciso Neves, que
desde o início até o final de meu ministério aqui foi um grande amigo e grande
cooperador nesta igreja, como também os vereadores, como Dequinha, Marquinhos,
Jo, Valmir, Novinha e muitos outros que Deus dará aos mesmo o galardão que lhes
é devido.
PR. DIMAS SOUSA -
Aconteceu através de uma permuta com o Pr. Manoel Pereira que estava aqui em
Santa Luzia e eu estava vindo de São Bento. O referido pastor depois de transferido desistiu
da permuta, gerando um descontentamento com a liderança da convenção e a igreja
local, o que em meses depois foi validado tal permuta harmonizando a situação.
2 BLM - Em síntese, quais foram as evoluções que a igreja obteve durante estes quase seis anos de sua atuação em nossa cidade? Ou seja que avaliação o pastor faz no contexto geral
da sua atuação ministerial?
DIMAS - Em síntese,
eu diria que Deus nos favoreceu um bom crescimento quantitativo e qualitativo,
crescimento físico e espiritual. Algumas mudanças da forma estrutural da
igreja, tanto como organização como organismo místico.
3 BLM - Os fiéis e vários amigos e admiradores de seu trabalho religioso
em nossa cidade ficaram surpresos com sua transferência. O que o pastor pode
nos dizer sobre este assunto?
DIMAS - Gosto de
dizer que todos nós temos tempos e propósitos na vida, e isso em instâncias diferenciadas dentro desta vida. Minha permuta obedece a este princípio. Por
outro lado, a gente vai percebendo aos poucos a necessidade de ampliar a visão
olhando para outros horizontes, e isso aconteceu a partir da visão da CEADEMA
(convenção) como algo necessário tanto para meu ministério como para minha
família.
4 BLM - Para a opinião pública da cidade o senhor é considerado um
pastor-presidente que marcou o seguimento evangélico, que já tem seus mais de 40 anos de
relação com a história luziense. Qual a avaliação que o pastor faz quanto ao favorecimento da espiritualidade cristã no âmbito da execução de projetos de
grande porte como o 'Avivai' e outros empreendimentos de evangelização de sua autoria?
DIMAS - Sinto que
houve um despertar espiritual em nossa cidade e região através de projetos
internos e externos da igreja. Houve um desejo pelo retorno ao entendimento da
Palavra de Deus e um desejo espiritual de conduta cristã. As igrejas
despertaram para sair das quatro paredes, mobilizaram-se na propagação do evangelho
e conversão de pessoas. De alguma coisa isso diminui um pouco o índice dos
descriminados socialmente.
5 BLM - Das dificuldades que o pastor teve ao longo destes seis anos na
administração da Igreja, quais os pastor poderia destacar como provação ao seu
ministério?
DIMAS - Destacaria o
desafio de derrubar o único templo central e depois construir o novo templo
sede, com uma estrutura excepcional, sendo que tínhamos poucos recursos
financeiros e ainda por cima não ter onde ficar os anos que viriam até o templo
ser levantado e coberto. Lembro que passamos duas semanas nos congregando na
praça, bancos, púlpito, caixas de som, etc pegando sol. Foi então que o nobre
irmão Elias Gastão conseguiu com o Cel. Riod uma garagem, que nós chamamos de
“O Tabernáculo”, onde passamos 2 longos anos.
6 BLM - Apesar de ter havido durante a sua gestão ministerial certos
"atritos", levados sobretudo pelas discordâncias com o ideário religioso
de católicos e evangélicos de outras denominações, o pastor nunca se considerou
responsável direto por eventuais "cismas", que inclusive foi motivo de audiência na justiça. Tendo em vista que a convivência ecumênica foi
dificultada em certas ocasiões, o que o senhor pensarsobre tais questões?
DIMAS - Acredito que os
atritos com os irmãos católicos estejam relacionados a uma vez termos realizado
o Projeto Avivai no mesmo período do Festejo, como também das colocações
retóricas de certos preletores do Avivai que, de certa forma, foram um tanto
anticonstitucionais no direito livre do povo e sua religião. Em relação ao
primeiro incidente, foi algo que aconteceu com extremo senso de inocência de
minha parte, por desconhecer até então a data festiva católica, outrossim, por
também imaginar que pelo tamanho da cidade e por cada igreja ter seu público ou
respectivos fieis, e estarem longe o local de um evento para outro, não teria
nenhum problema. O que corrigimos no ano seguinte por percebermos a
insatisfação. Em relação às pregações fervorosas, recheadas de palavras que iam
contra a fé de alguns, é responsabilidade do pregador. O pastor local não tem
noção das palavras que qualquer pastor convidado irar pregar. E por fim, sobre
crentes de outras denominações, acontece com frequência deles congregarem onde
se sentem melhor, mais aceitos, recebidos e acima de tudo, onde o alimento
espiritual tem mais “sabor”; nesse caso, é uma decisão pessoal a pessoa ficar
onde quiser e decidi aceitar ou não um apelo para conversão.
7 BLM - E agora? Como ficará o destino do Pastor Dimas diante desta
transferência repentina?
DIMAS - Estarei indo
pastorear a igreja em Matinha. Uma cidade um pouco menor a SLP demograficamente
e geograficamente, mas por informações, uma igreja de muito potencial e
dinamismo evangélico.
8 BLM - Quais as personalidades luzienses o pastor destacaria como sendo
pessoas que muito lhe auxiliaram em sua gestão ministerial à frente da Igreja
Assembleia de Deus em Santa Luzia do Paruá neste seis anos?
9 BLM - Diante de todos os reveses que podem ter havido para o grado de suas pequenas e
grandes conquistas, o pastor acredita ter cumprido o seu dever à frente do
ministério pastoral em Santa Luzia do Paruá?
DIMAS - De certa
forma sim, porém, acredito que sempre existe em todo o líder um certo senso de
perfeccionismo, ou seja, dever cumprido, mas que deveria ser melhorado, projeto
não conclusivos, mas que estão em processo de desenvolvimento, etc. No entanto,
dentro de mim, daquilo que vi aqui quando cheguei, para o que vejo hoje, me
sinto muitíssimo realizado.
10 BLM - Quais seriam, de forma concreta, os exemplos de um legado que o senhor e sua equipe deixarão
"intocáveis" nas gestões de outros pastores que irão liderar na
Igreja de Santa Luzia do Paruá na continuidade de sua história?
DIMAS - Dentre os
muitos legados destacaria dois: a exigência por um ensino da palavra de Deus
profundo e dinâmico. E a determinação e ousadia para fazer acontecer projetos
próprios sem depender de projetos de outras cidades.
11 BLM - Pastor, o blog agradece a entrevista e pede que o senhor deixe as
suas considerações finais.
DIMAS - Minha transferência
obedece uma direção divina e umas das marcas que autenticam tal determinação é
a grande comoção entre membro da igreja e amigos não evangélicos que lamentam
essa situação. No entanto se faz necessário sair desta forma, amado, querido,
respeitado. Isso significa que eu saio deixando a porta aberta, tendo sempre a
alegria de meu retorno por todos, caso seja necessário voltar. Sou grato a Deus por
todos os irmãos e amigos desta cidade que me acolheram e confiaram em minha
amizade por esses quase 6 anos.
Em fotos com amigos e alguns empresários que congregam na igreja. |