Segundo as fontes históricas amparadas em Flavio Gomes no livro "A Hidra e
os Pântanos", e, em “Mundinha de Araújo” que escreveu o "Imperador
Bentivi", as manifestações precursoras da presença do catolicismo no Vale
do Paruá, aconteceu mediante a presença de escravos fugitivos que, em diversas habitações
quilombolas do finalzinho do Século XIX, já registrava a ocorrência de “rezas
de devoção afro-católicas”. São Joaquim da Linha, em Presidente Médici, é um
dos exemplos que chegaram até nós, a partir deste contexto.
Já no Sec. XX, a intensificação das ocupações de ribeirinhos e de retirantes piauienses, cearenses e do Centro-Sul-Maranhense, entre outros, acabou incentivando uma nova fase de religiosidade, onde na década de 50, a Igreja Católica Apostólica Brasileira/ICAB, uma dissidente da Igreja Romana, também protagonizou o anuncio missionário cristão. O carioca Padre Adolfo Espósito, de Pinheiro, foi convidado pelo fundador do Tracuá, Sr. Raimundo Rodrigues dos Santos (o 'Codó'), a celebrar a primeira missa na povoação que deu origem a sede da cidade luziense. Era então, o Dia de Santa Luzia, 13 de dezembro de 1959, quando tal missa foi celebrada (Depoimentos colhidos com as filhas de 'Codó').
Na ocasião, os primeiros do povoado a receberem o batismo cristão foram alguns índios Ka'apor, alguns familiares do fundador e alguns membros das 5 famílias que participaram do evento tão significativo para a cristandade local. Neste ínterim da história religiosa embrionada pela ICAB, os padres até tentaram mais tarde, erguer um templo onde hoje está o Armazém Paraíba, porém, os mesmos foram impedidos de fazê-lo, devido a intolerância religiosa de alguns padres Igreja Romana, isso quando os mesmos começam a se instalar 20 anos depois da primeira missa icabiense. A presença da igreja nunca foi abolida no município, e ainda se faz sentir por meio do trabalho de outros líderes da ICAB que por aqui passaram. Hoje, Padre Lúcio, da Paróquia São Francisco das Chagas de Zé Doca, é a mais referência de evangelização católica brasileira.
O Paruá, a pesar de
ter surgido 4 anos antes, só apresentou um trabalho religioso anos depois,
possivelmente a partir de 1971, quando se registram as primeiras presenças dos
padres missionários da Congregação dos Padres Combonianos, na Missão do Grão-Pará e Maranhão.
Na sede atual, o
Frei Mario Grioul (oriundo de Zé Doca) é considerado, por via de batistérios analisados, o primeiro padre a celebrar a missa católica
romana. Isso teria acontecido em 1971, na casa do falecido Manoel Teixeira (pai
do Vereador João Teixeira), na Rua Bandeirantes. O nome da rua alude as
lembranças daquele acontecimento memorável, já que a Rua Bandeirantes ficou enfeitada
de bandeirinhas para a festa de acolhida ao padre Mário, que era da Congregação Franciscana. A época já se faziam 10 anos que o Papa João XXIII havia desmembrado a Prelazia de Cândido Mendes, da antiga sede de Pinheiro.
O local exato da celebração é uma casa que está na esquina com a Rua Nena de Abreu, hoje de propriedade da família do Sr. Leno. Na Rua Nena de Abreu foi construída a Igreja Matriz de Santa Luzia, que segundo descrição da Pedra Memorial do inaugurada em 1977. As missas de desobriga, foram organizadas a pedido de Dona Maria Braga e “Zé Vaqueiro”, depois por Dona Maria do Adolfo e outros renomeáveis leigos da comunidade.
O local exato da celebração é uma casa que está na esquina com a Rua Nena de Abreu, hoje de propriedade da família do Sr. Leno. Na Rua Nena de Abreu foi construída a Igreja Matriz de Santa Luzia, que segundo descrição da Pedra Memorial do inaugurada em 1977. As missas de desobriga, foram organizadas a pedido de Dona Maria Braga e “Zé Vaqueiro”, depois por Dona Maria do Adolfo e outros renomeáveis leigos da comunidade.
O povoado do Tracuá e a região ganharam muito com a presença da Igreja
Romana a pesar de tudo, pois com a ajuda desta instituição, organizaram-se os
movimentos sociais que deram concretização as reservas legalizadas (biológica e
indígena). Iniciou as criações de sindicatos rurais com a atuação da entidade
chamada Mutirão na luta pela legalização de terras para os pequenos agricultores junto a COLONE; conseguiu projetos de ong’s como a LBA da Espanha que
favoreceu a construção de cisterna e distribuição de filtros para melhoramento
da água potável; ajudou também na fundação de escolas, do correio, do Clube de
Mães, e participou ativamente do nascimento da classe política que lutou pela
emancipação da sede de Turiaçu.
Mais o legado mais simbólico da Igreja está na cultura espiritual
desenvolvida por meio da devoção, principalmente a padroeira Santa Luzia, que
por lei orgânica está representada nas cores da bandeira do município, que são
o azul e o branco, símbolos da fé e da pureza desta discípula tão amada por
Cristo e pelo Povo de Deus. Santa Luzia é o legado inseparável de ligação entre
a Igreja Brasileira e a Igreja Romana bem representado nos 23 metros da estátua de Luzia que está às margens da BR 316, e, claro, um legado de forte identidade do povo
luziense, expressados e quase intactos nos mais de 60 anos de história local.
Segue abaixo um panorama da religião cristã no município com número de fiéis, que está de acordo os dados divulgados pelo IBGE (Aqui):
RELIGIÃO
Igreja Católica Apostólica Brasileira/ICAB - 58
Igreja Católica Apostólica Romana/ICAR - 15.517
Total das Igrejas Evangélicas - 4.885
Testemunho de Jeová - 30
Sem religião - 2.074
Segue abaixo um panorama da religião cristã no município com número de fiéis, que está de acordo os dados divulgados pelo IBGE (Aqui):
RELIGIÃO
Igreja Católica Apostólica Brasileira/ICAB - 58
Igreja Católica Apostólica Romana/ICAR - 15.517
Total das Igrejas Evangélicas - 4.885
Testemunho de Jeová - 30
Sem religião - 2.074