domingo, 27 de setembro de 2020

Com lágrimas e saudades, a cidade de SLP lamenta pelo falecimento da Primeira Professora do município em 1968, "Dona Lili", do Paruá

É com lágrimas e saudades, que os admiradores da Professora Francisca Furtado – a Dona “Lili”, lamentam seu falecimento e recordam quão importante foi o legado que é só seu, de primeira professora do município luziense, no ano de 1968.

A atual secretária municipal de educação Eulália Muniz lamentou através de sua rede social. “Nossos sentimentos aos familiares e o reconhecimento à Dona Lili, pelos anos dedicado ao magistério. Foi pioneira em nosso município”, disse. 

De acordo com informações, a "Professora Lili" faleceu em Parnaíba-PI e teve complicações atípicas da idade avançada! 

Recordando matéria do blog

Nosso blog já havia destacado em 2015, os merecidos reconhecimentos ao pioneirismo da Professora “Lili”.

A professora de 89 anos, residindo no Distrito do Paruá, há 49 anos. Ela é a primeira professora do município. Com a idade avançada, corpo franzino, mas ainda bem lúcida. Ela nos recebeu em sua residência na Av. Jeferson Mesquita, Próximo ao Posto de Combustível João Vitor, e nos contou um pouco da sua história de aventura nesta região.

Vindo de Santa Helena em 1968, juntamente com o esposo Manoel, viajou um dia e meio por trilhas carregando seus pertences na costa de animais, na densa floresta que ainda cobria a pré-amazonia maranhense; ela o marido se estabeleceram à beira da estrada que anos depois se tornou a BR 316. No local em volta de seu casebre, ela percebeu que havia algumas roseiras muito bonitas. Por esse motivo ela colocou o nome da localidade, que era apenas uma clareira, de Santa Rosa, nome que permanece até hoje, próximo a Santa Luzia do Paruá.

O casal atraído pela a fartura de peixe existente no Rio Paruá, e terra abundante para a lavoura, se mudaram para a pequena localidade de Paruá na beira do Rio.  Ali, ela percebeu que precisava ensinar a leitura aos seus 5 filhos, pois não tinha outra maneira de colocar os filhos na escola, por que não existia. Dona Francisca já tinha experiência, pois era professora em Santa Helena antes de se mudar. Assim, em 1968 ela fundou a primeira escolinha particular, na sala de sua casa no povoado Paruá que na época tinha apenas 9 casas.

Em 1969 Dona “Lilí” recebeu uma nomeação do então prefeito Higino Ribeiro, de Turiaçú, regularizando a sua profissão de docente pelo o município. Com o crescimento do povoado, novas crianças foram se matriculando na escolinha, aumentando consideravelmente o número de alunos. Aí surgiu um problema: a sala da casa de Dona “Lilí” ficou pequena pra tanta criança em busca de aprender a ler.  Daí então, mais duas professoras passaram a auxilia-la: Dona “Alcângela” e “Lorena” .

Na época, a outra clareira no meio da mata, que os moradores chamavam de Traquá (nome dado pelo Índios), que hoje é Sta. Luzia,  tinha 8 casas coberta de palha de ubim. Várias famílias começaram a chegar em busca de terras para trabalhar. Logo o povoado teve um crescimento rápido, e em 1971 líderes comunitário da Igreja Católica também fundaram uma Escola Comunitária, que anos mais tarde passou a se chamar Escola Laura Estrela, construída em alvenaria e inaugurada em 1976 pelo prefeito Higino Ribeiro.

Apesar de todo o esforço em favor da educação, a Professora Francisca Furtado – a Dona “Lili”-  não teve o devido reconhecimento das autoridades, e não foi convidada para prestar serviço, anos depois, na Escola Estadual Lêda Tajra fundada em 1970. Hoje, Dona “Lili” vive no anonimato, sem nunca ter sido reconhecida pela a sua relevante contribuição, nos primórdios tempos de desbravamento inicial da educação de Santa Luzia do Paruá, iniciado por ela no povoado Paruá.

É surpreendente que hoje os vereadores ainda insistem em dá Título de Cidadão, para ilustres desconhecidos da população. Eles deveriam prestar mais atenção, e ver quem realmente merece receber tal honraria.

Dona “Lili”, esta realmente merece ter seu nome registrado nos anais da nossa história, e ser agraciada com o Título de Cidadã Luziense. Ela merece.

Vamos Aplaudir a nossa heroína, professora pioneira da Educação Santa-Luziense !