Padre Adolfo Spósio/ICAB |
O feriado do Dia 13 de dezembro, Dia da Padroeira, e até o
azul celeste da bandeira (representando a santa), são alguns dos sinais instituídos pelas aprovações
unânimes do edil na Câmara Municipal em 2008, isto porque estes elementos são símbolos maiores desta identidade na história
da cidade.
Em algum momento da história luziense, a expansão propiciada pela bravura de pioneiros,
tais como o “primeiro devoto” Raimundo Rodrigues dos Santos, o “ Codó”, e depois
por órgãos do estado, dando -se como exemplo a COLONE, leva-nos a ver como se deu a origem do que
veio a se chamar pelos protestantes atuais de “A Terra do Senhor Jesus”.
Por razões não explicadas, no ano de 1959, o
pioneiro “Codó” foi até Pinheiro, contratar com o Padre Adolfo Spósio, da
Igreja Católica Apostólica Brasileira/ICAB, a primeira missa do lugar. “Após
transpor as distancias, andando à pé, montado em mulas ou aproveitando as
vasões dos rios mesmo com escassos suprimentos, a missa foi acertada para o dia
13 de dezembro do mesmo ano, e foi celebrada onde hoje está o povoado Santa
Rosa, na presença de índios e de 5 famílias”, declarou a Graça Preta (in
memorian), uma das testemunhas e filha do pioneiro “Codó”. Adolfo foi o padre
enviado aos maranhenses pelo bispo fundador da ICAB no RJ, o Dom Carlos Duarte
Costa (1888-1961).
Até hoje a tradição vem sendo mantida pelos católicos, inicialmente pelo trabalho missionário do padre Adolfo e padre Getúlio (da ICAB), e, partir de 1971, pelos padres da Igreja Católica Apostólica Romana/ICAR.
Infelizmente, os impedimentos para uma convivência pacífica não deixaram que fossem adiante, os projetos de uma igreja dedicada
ao testemunho da santa, como queria “Codó” e os icabenses, aliás, no local onde hoje está o
Armazém Paraíba (Avenida João Moraes). Vale lembrar que tal tradição de lembrar da discípula e heroína da fé, não é exclusiva de uma das igrejas católicas,
já que o costume se estendeu aos cristãos ortodoxos orientais e até aos evangélicos de
igrejas como a Luterana e Anglicana.
No entanto, neste momento de festa, o mais importante é olhar para o testemunho dado pela santa e tantos outros heróis de nossa religião cristã. Sem eles, possivelmente, o Evangelho teria sido silenciado. “Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5,16). PARABÉNS AO TRABALHO DOS IRMÃOS EM CRISTO DA IGREJA ROMANA/ICAR; PARABÉNS AOS PADRES ADOLFO, GETÚLIO E O ATUAL PADRE LÚCIO/ICAB. UM VIVA A NOSSA PADROEIRA E UM VIVA A “TERRA DO SENHOR JESUS”!
História da Padroeira Santa Luzia
Luzia ou Lúcia (Santa Luzia) nasceu em Siracusa, cidade
que fica em uma ilha da Cicília, no
Sul da Itália, local de viagens missionárias do Apóstolo São Paulo (Atos 28:11, 12),
para onde o apóstolo Pedro enviara São Marciano, seu discípulo, em 39, para
evangelizá-la; terra também do célebre matemático Arquimedes, um dia visitada,
entre outros, por Ésquilo e Platão (este último a convite de Dionísio, o
sábio).
Luzia viveu entre os anos 283 a 304 do início da era cristã, no período do reinado do Imperador Dioclesiano (284 a 305).
A santa era de família
nobre e rica, filha única, órfão de pai ainda na infância, Lúcio um bem-sucedido
militar romano. Por isso, sua mãe, Eutíquia, desejou que a filha tivesse um
esposo para que cuidasse e amasse a sua jovem e indefesa filha.
Luzia foi convertida
ao cristianismo sob a dinâmica da devoção dos primeiros cristão aos santos
mártires da igreja nascente, sendo ela comovida de admiração e veneração a
Santa Águeda ainda
criança, quando sua mãe Eutíquia, já viúva de Lúcio (?) seu pai, aceitou Jesus
como Filho de Deus. Já mais moça, Luzia consagrou-se a esse Deus, oferecendo-lhe
a garantia de sua virgindade como voto perpétuo de seu esposamento divino.
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Com a mãe, Eutíquia,
vitimada por uma doença hemorrágica incurável, Luzia conseguiu convencê-la de
peregrinar até o túmulo de Santa Águeda em Cantânia, onde achou que sua mãe
conseguiria curar-se, o que aconteceu!
Mesmo agradecida a
Deus e a interseção de Santa Águeda para a sua cura, Eutíquia não queria que
Luzia ficasse sozinha quando ela estivesse ausente neste mundo, então insistiu
para que sua filha aceitasse o noivado com o nobre e rico Múcio. Luzia não aceitou,
em razão de seu voto de castidade, para a fúria da paixão de Múcio, que apesar
da grande beleza da pretendida noiva, deveria também está de olho em seu rico
dote nupcial, fortuna esta que Luzia se apressou em distribuir aos pobres,
antes do suplício que a tornaria lembrada para sempre por várias gerações de
admiradores e devotos.
Como já era de se esperar, o malvado Múcio denunciou Luzia para Pascásio, Governador da capital da Província Senatorial da Sicília, a cidade de Siracusa. Pascásio, cumpria ordens do Imperador Dioclesiano quanto à perseguição aos cristãos, seita legalmente proibida nas províncias romanas. Diante do tribunal de Pascásio, Luzia confessou-se cristã e rejeitou adorar as imagens dos ídolos (deuses pagãos de Roma), caracterizando-se, por isso, no entendimento jurídico romano, como traição aos deuses nacionais. Entre as sentenças, os fatos miraculosos: arrancaram-lhe os olhos (mais a vista foi divinamente restabelecida); prostituição de seu corpo (que os soldados nem sequer conseguiram mover); a de queimá-la em uma fogueira mantida acesa com resina, azeite e pixe (que não lhe fez nenhum efeito) e por fim a sua decapitação, que de fato, que lhe fez tombar: era o dia 13 de dezembro do ano 304. A tradição conta que antes de morrer Luzia anteviu o castigo de Pascácio e o fim da perseguição de Diocleciano (que governava como Augusto), que não voltaria a reinar, e a morte de Maximino (que governava como Cesar). Luzia, tinha apenas 21 anos de idade. A sua memória foi celebrada e aclamada santa por vontade popular.
Corpo incorrupto de Santa Luzia |
Com a invasão mulçumana na Ilha da Cicília em 878, o corpo da santa foi escondido e em 1039 levado para Constantinopla por ordem do general Giogio Maniase. Só em 1204 volta à Itália, graças ao Doge de Veneza, um dos nobres que chefiou a Quarta Cruzada à Terra Santa. A cabeça foi presenteada ao rei da França, Luis XII, em 1513, e o corpo incorrupto de 1700 anos está na Catedral de Veneza.
A devoção no Brasil foi um dos efeitos da colonização luso-brasileira, tendo como ápice a iniciativa de um militar português, o sargento-mor Joaquim Pacheco Ribeiro, que no século 18, em retribuição a uma graça alcançada pela intercessão de Santa Luzia, fez erguer a Igreja Santuário de Santa Luzia, na cidade de mesmo nome no estado de MG. No Nordeste, a maior referência é a Igreja de Mossoró, que é sede diocesana, desde 1931.