Trecho da pintura de Caravággio, de 1608 |
A celebração suscitou um esforço enorme de "Codó", isso, de acordo com sua filha, a "Dona Graça Preta" (in memorian), que viu seu pai preparar-se para uma viagem de vários dias até a cidade de Pinheiro, onde residia o padre Adolfo Sposio, missionário carioca da Igreja Católica Apostólica Brasileira/ICAB (este religioso havia sido enviado para o Maranhão pelo fundador da ICAB, Dom Carlos Duarte Costa). Não se sabe até hoje, se "Codó" havia tentado contato com a Igreja Romana, no entanto, a facilidade de trazer Padre Adolfo, foi suficiente para se iniciar os primeiros crentes na fé, dando-lhe as águas do batismo e uma devoção cristã que firmou-se na identidade municipal.
O local desta celebração, de acordo com Dona Graça, foi nas imediações da Agroville, estando presentes 5 famílias, entre estas, a Família Santos e a Família Veiga. A esta altura dos acontecimentos, embora tenha existido um rancho improvisado com palha, onde hoje está a Vila Verde, o lugar de moradia de "Codó" já era a Rua Santa Luzia, que recebeu este nome através do pioneiro.
A transição do devocional para a Igreja Romana, aconteceu bem no início da década de 70, pelas iniciativas de novos moradores, tais como o "Zé Vaqueiro" e Dona Maria Braga (irmã do empresário Manoel Leôncio), Dona Maria do Adolfo e Manoel Teixeira. A primeira missa, pode ser rastreada pelo encontro dos batistérios mais antigos, como o da Celebração do Frei Mário Grioul, datado de 13 de dezembro de 1971 (ele que era da missão franciscana na Região de Zé Doca). E num tempo antecedente, pode ter ocorrido em 1970, por ação missionária do Padre Geovane (missionário comboniano que já residia em Presidente Médici). Embora não tenhamos achado documentos de prova, a maioria dos contemporâneos, apontam o Padre Geovane como o primeiro a celebrar a missa romana de Santa Luzia, onde hoje está a oficina do Sr. Leno, que antigamente era a casa do Sr. Manoel Teixeira (pai do ex-vereador João Teixeira). O nome da rua vem justamente dos enfeites com bandeiras coloridas colocadas em cordões na extensão do logradouro, para receber esta celebração religiosa.
Foi após esta fase, que se destacou o trabalho leigo de Dona Maria do Adolfo (In memorian) à frente da comunidade junto com outros fiéis. De acordo com detalhes do livro de tombo da paróquia, surge então, pela iniciativa dos moradores, o projeto de uma capelinha feita com paredes de taipa e coberta de cavaco e palha, sendo esta rudimentar construção, rapidamente substituída pelo padre José de Féo (Zezinho), com a construção do primeiro prédio em alvenaria, este, que foi inaugurado junto com a ereção da comunidade em paróquia, no dia 12 de dezembro ano de 1977, tendo o Padre Zezinho, como o seu 1º pároco e o Irmão Ergon (lassalista) como o responsável pelas obras. Os primeiros moradores relatam, que no local da construção havia uma enorme árvore de Sumauma e em suas sombras os índios celebravam cultos pagãos. A caixa de concreto colocada como pedra angular da edificação ainda guarda os pertences dos primeiros envolvidos com aquela épica empreitada! No ano de 2002, por ocasião, do 25° Aniversário de Fundação da Paróquia. Foi reinaugurado o prédio ampliado em forma de Cruz, pelo Padre Abas (6° pároco), que festejou as mudanças nas presenças dos Padres Zezinho e Joaquim, fundadores da paróquia e convidados especiais do evento.
A sensibilização da fé católica fortaleceu-se ainda mais ao longo do tempo, com as lutas sociais do chamado "catolicismo popular libertador", que foi um traço de existência do catolicismo no Brasil, nas décadas de 60 a 90. Foi nesta época que os padres italianos da Congregação dos Combonianos (fundada por Daniel Comboni), deixaram seu legado, ajudando nas luta de legalização dos pequenos trabalhadores rurais (através da associação Mutirão), dos direitos das mulheres (com a associação Clube de Mães), demarcação de terras indígenas (ajudando os índios Ka'apor) e realizando frequentes campanhas de ajudas humanitárias. (CONTINUA...).
História da Padroeira Santa Luzia de Siracusa
Corpo intacto de Santa Luzia em seu túmulo na cidade de Veneza |
n