b
Já
no século XVII, segundo mostra o livro 'A Conquista da Amazônia', do Coronel Cláudio Bento Moreira, o
lugar foi caminho de viagens militares e de sucessivos conflitos
luso-selvícolas, desde a presença na região, da esquadra do então
alferes Pedro Teixeira, em 1616, quando o mesmo seguia de Belém para São
Luís, para dar notícias da fundação do Forte do Presépio (antiga
Belém). O monumento a Pedro Teixeira (hoje em Presidente Médici) e o
nome da BR 316 (Rodovia Pedro Teixeira) assinalam a importância deste
desbravador na historiografia regional.
c
Com
os caminhos abertos, São Luis e Belém passam a ter certa dependência
econômica, tantos que a região chegou a pertencer ao Pará e ao Maranhão,
alternadamente até chegar a atual configuração geográfica.
b No meio destas relações, surgem diversos núcleos de habitações de escravos fugitivos, os quilombos, muitos destes localizados às margens do Rio Paruá, e que, devido as diligências policiais empreendidas contra eles, nem chegaram a ter um nome, tal como relatam em seus livros, o Flávio Gomes (em A 'Hidra e os pântanos') e 'Mundinha Araújo' (em 'História dos Quilombos do Maranhão'). Na bibliografia citada estes negros são lembrados como aqueles que descobriram reservas de ouro na região. Tais negros fugitivos eram originários, em sua grande parte, dos engenhos de Turiaçu, Pinheiro, Santa Helena, Viana, e outros. Um dos quilombos que chegou a ter um nome e ainda existe como comunidade remanescente quilombola do 'Velho Paruá' é o povoado de São Joaquim da Linha (em Presidente Médici), fato comprovado recentemente por uma equipe de pesquisa antropológica do ITERMA, órgão, ligado ao Governo do Estado do Maranhão. É no início do século XIX que aparecem, graças ao resgate destas obras bibliográficas, as primeiras menções documentadas sobre o Rio Parauá. Por meio destes livros percebe-se como projetou-se a forte herança de afro-descendentes em nossa região, principalmente na parte do nosso município que está mais próximo da Baixada, onde nota-se pela história escrita, a presença de ribeirinhos desde meados do século XIX. A 'Velha Rosa', uma neta de escravos, foi uma entre estes pioneiros a dar as primeiras menções da recente ocupação do povoado, donde ampliou-se toda a ocupação do município luziense. 'Velha Rosa' foi a primeira mulher a habitar o povoado do Paruá, na longínqua década de 50. Seu corpo foi transladado em uma rede mata a dentro até Turiaçu, no povoado de Brito Mutá, lugar onde estavam enterrados seus avós escravos.
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b No meio destas relações, surgem diversos núcleos de habitações de escravos fugitivos, os quilombos, muitos destes localizados às margens do Rio Paruá, e que, devido as diligências policiais empreendidas contra eles, nem chegaram a ter um nome, tal como relatam em seus livros, o Flávio Gomes (em A 'Hidra e os pântanos') e 'Mundinha Araújo' (em 'História dos Quilombos do Maranhão'). Na bibliografia citada estes negros são lembrados como aqueles que descobriram reservas de ouro na região. Tais negros fugitivos eram originários, em sua grande parte, dos engenhos de Turiaçu, Pinheiro, Santa Helena, Viana, e outros. Um dos quilombos que chegou a ter um nome e ainda existe como comunidade remanescente quilombola do 'Velho Paruá' é o povoado de São Joaquim da Linha (em Presidente Médici), fato comprovado recentemente por uma equipe de pesquisa antropológica do ITERMA, órgão, ligado ao Governo do Estado do Maranhão. É no início do século XIX que aparecem, graças ao resgate destas obras bibliográficas, as primeiras menções documentadas sobre o Rio Parauá. Por meio destes livros percebe-se como projetou-se a forte herança de afro-descendentes em nossa região, principalmente na parte do nosso município que está mais próximo da Baixada, onde nota-se pela história escrita, a presença de ribeirinhos desde meados do século XIX. A 'Velha Rosa', uma neta de escravos, foi uma entre estes pioneiros a dar as primeiras menções da recente ocupação do povoado, donde ampliou-se toda a ocupação do município luziense. 'Velha Rosa' foi a primeira mulher a habitar o povoado do Paruá, na longínqua década de 50. Seu corpo foi transladado em uma rede mata a dentro até Turiaçu, no povoado de Brito Mutá, lugar onde estavam enterrados seus avós escravos.
Assim
como a 'Velha Rosa', outros pioneiros despertaram interesse pela
abundância de riquezas naturais do quase virgem Vale do Paruá, e entre
estes primazes exploradores de nossas matas destacaram-se: 'Zé de Rosa', Cizino
Fernandes e Raimundo Rodrigues dos Santos ('O Codó'). O município de
Turiaçu, de enormes extensões nas décadas de 50, foi o lugar de partida
destes chefes de famílias. Dos citados, apenas o 'Codó' era recém
chegado à Turiaçu, advindo do Sertão Maranhense, especificamente a cidade de Caxias, sua
terra natal.
n
Com
a exceção deixada pelo extermínio para algumas etnias indígenas devido a
expansão luso-brasileira, empreendida em nossa região entre os séculos
XVII e XVIII, esta terras sempre foram 'primitivamente' habitada pelos
mesmos, destacando-se os tupynambás, uma das raças extintas na região,
nos primeiros anos de ocupação lusa no litoral e na dominação dos
caminhos terrestres entre Belém e São Luis.
v
Pioneiro Raimundo e a esposa Maria da Conceição |
Gradativamente,
estes pioneiros foram aproximando-se do Paruá. Essa migração, partindo
de povoados de Turiaçu começou pela década de 1930. Em primeiro,
estabeleceram-se em Colônia Amélia (Município de Maracaçumé), depois,
seguindo os rastros dos índios que ali estavam desde 1878, Cizino funda o
povoado de Abaixadinho (Presidente Médici), próximo de onde mais tarde
os índios ficaram estabelecidos, 'Urubuçu' (Nome de um povoado e rio medicennse que
aflui ao pequeno Paruá e cujo nome lembra outra forma de se referir a
estes índios, os 'Urubu-Ka'apor'). O local ficava próximo a São Joaquim da Linha, que
pertencia ao município de Santa Helena, e de onde vinham as compras de
feiras trazidas em animal.
b
Á direta o 1º Pároco da cidade em 1977 Padre Joaquim Sanches |
Além
do Cento da 'Velha Rosa' (ainda hoje com o mesmo nome), também por
intermédio de Zé de Rosa, 'Codó' se estabelece para fazer história, sendo que já em 29 de
dezembro de 1957, começa o que depois fora chamado de povoado do Tracuá
(hoje, a sede municipal). O nome Tracuá, vem do tupy e significa
"Formiga", mas
nosso aventureiro era devoto de Santa Luzia e de família muito
religiosa, foi então que resolveu trocar o nome de TRACUÁ por SANTA
LUZIA, que já próximo da década de 80 ganhou o anexo de PARUÁ em
homenagem ao rio que aqui banha a cidade e também devido a sua
importância econômica, histórica, cultural, ecológica e geográfica para os seus
moradores.
v
"Cocota", a filha mais velha do pioneiro Raimundo |
Na
presença de 'Codó', as necessidades mais básicas da comunidade, levam a
formação de uma classe política, empurrada pelas ações sociais
incansáveis dos missionários estrangeiros da Igreja Católica Romana
(tais como o padre espanhol Joaquim Sanches, missionário comboniano). Mas, 'Codó' não chegou a
está com vida para ver realizar-se o grande sonho de ver o Tracuá
emancipar-se do abandono a que a sede submetia os moradores de nosso
povoado, pois 'Codó' veio falecer vítima de um AVC ainda em 1981 (em 11
de junho).
v
Carlindo Alves, Vice-prefeito em Turiaçu |
"Antonio Vereador" |
Submetido
a plebiscito popular, os luzienses tiveram que superar ainda a ferrenha
oposição do então povoado de Nova Olinda, que também pleiteava a
emancipação municipal sob a liderança do ainda coletor de impostos
Hemetério Weba (hoje deputado estadual). Mais tudo deu certo para os luzienses, que festejaram a
conquista da emancipação, vindo esta a consagrar-se em 30 de novembro de
1987, sob a lei estadual número 4.827.
b
b
Ex-vereador João Moraes de Sousa |
Sede de comarca desde 1993,
a cidade de Santa Luzia do Paruá é uma referência para a região do Alto
Turi. Parada obrigatória de muitos católicos piedosos, pois tem como um
dos seus principais cartões postais, uma estátua de 20 metros de altura
da Santa Padroeira do lugar. É também conhecida pela destacável
produção de mel, o que já lhe deu o título de 'Capital Maranhense do
Mel'.
m
Com
a alternância de 7 gestões de prefeitos, alguns com dois mandatos,
citando aqui o Hemetério Weba, o Harolfran Alves de Melo, o Riod Ayoub
Jorge, o Nilton Ferraz e a Eunice Damasceno, o município ainda amarga as consequências de seu passado com um IDH (de 0,599) muito aquém da média do estado (0,639) _ que já é segundo pior do país, segundo dados do IBGE em 2010.
d
Com uma população de 22.644 habitantes e uma estimativa que tende a superar os 25.000 moradores em 2015, nossa comuna tem uma densidade demográfica calculada em 25 habitantes para cada Km² e é um dos municípios que mais cresce na região do Alto Turi.
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Com uma população de 22.644 habitantes e uma estimativa que tende a superar os 25.000 moradores em 2015, nossa comuna tem uma densidade demográfica calculada em 25 habitantes para cada Km² e é um dos municípios que mais cresce na região do Alto Turi.
v
Responsabilidade da pesquisa
Luis Magno Alencar (Licenciado em História pela UEMA e pós-garduado em História e Cultura Afro-Brasileira pelo ESEA).
HOUVERAM QUILOMBOLAS ESTABELECIDOS EM SANTA LUZIA DO PARUÁ?
n
HOUVERAM QUILOMBOLAS ESTABELECIDOS EM SANTA LUZIA DO PARUÁ?
n
As matas do Turiaçu e Gurupi foram cenários de algumas das maiores perseguições
aos negros cativos da Baixada Ocidental Maranhense. A Fazenda Juçaral, às
margens do Rio Parauá (hoje com a corruptela de Paruá), próximo ao famoso
quilombo do rei Cris-Santo foi um dos lugares de onde separtiram várias
diligências policiais para a captura de amocambados, inclusive com ajuda de
oficiais da Guarda Nacional. O Quilombo de Cris-Santo, que existiu entre os
anos de 1810 a 1853, ganhou notoriedade na Província do Maranhão devido a seu
temor em razão de empreendidos ataques a fazendas de suas adjacências e por sua
proximidade com as Minas de Ouro às margens do Rio Maracassumé, descobertas
pelos próprios aquilombados e, com os quais desenvolveram um sigiloso
comércio na Região do Médio Turiaçu.
f
É
interessante de se notar que a literatura brasileira menciona que os chefes dos
mocambos eram chamados de "reis" pelos seus subalternos, o que é
justo, pois estas "monarquias" conseguiram manter vívida a
resistência em uma floresta fechada, sendo os negros fugitivos, perseguidos,
ora por índios bravios ora pela polícia que tratava
o desvinculamento das senzalas um crime contra a economia
do Império do Brasil. Sendo assim, mantém-se como inesquecíveis heróis na
história de resistência negra entre os rios Turiaçu-Gurupi, não apenas
Cris-Santo, más também "rei" Estevão (do Quilombo de Limoeiro-Rio
Gurupi) e "rei" Daniel (do Quilombo de São Benedito do Céu-Rio
Bonito, afluente do Turiaçu), sendo este último "monarca", muito
influenciado pelo ideal liberacionista do eterno
"Imperador Bem ti-vi", o negro Cosme, principal líder da
Balaiada.
hvvv
O que me
chama a atenção quanto à pesquisa que fiz sobre a presença quilombola em minha
região, é destacada importação do Rio Parauá como local de quilombos anônimos
(comum no época) e conhecidos (como o de Cris-Santo). Atualmente este rio
é a divisa natural entre os municípios de Nova Olinda, Presidente Médici, Santa
Helena e Santa Luzia do Paruá. Antes de os índios Ka'apor se assenhorearem do
Parauá (seguramente depois de 1878), destacamentos militares eram enviados para
tentarem encontrar escravos fugitivos que pudessem está aquilombados
a sua volta, o que é possível que tenha havido, pois segundo a pesquisadora
Raimundinha Araújo, muitos destes locais de confinamento não foram
identificados até por conta dos contantes deslocamentos como artifício
de defesa . O pesquisador Flávio dos Santos Gomes, chega a mencionar
o Parauá como o lugar para onde os negros não-capturados refugiaram-se após a diligência
policial ao Quilombo de São Benedito do Céu, em 1858. Vale lembrar que na a
aproximação das diligencias policiais, faziam os quilombolas desertarem em
algum esconderijo na floresta, de forma que haviam os quilombos de subsistência
(com poucas casas) e os quilombos bélicos (em que os amocambados preparavam-se
para um eventual conflito em defesa de sua autonomia), estabelecendo uma
sociedade ampla, em comunicação direta entre ambos, inclusive com os negros
ainda cativos nas cenzalas de Santa Helena, Pinheiro, Viana, etc..
A
luta bicentenária dos negros e seus remanescentes pela autonomia de sua raça
nas hidras do Turiaçu, tem e ainda pode gerar muitos louros de conquista as
suas histórias de bravura (o tempo pode tornar vencedores os que a história
formal fadou como vencidos). Um exemplo prático disso, é o processo de
titulação de terras quilombolas, em quais, só recentemente o Governo do
Estado encomendou um estudo antropológico para certificar-se
da presença de remanescentes de quilombolas as margens do Rio
Turiaçu e seus afluentes, entre os tais, o Rio Paruá . Sob
o prisma de uma tardia justiça, após anos de conflitos em torno da questão
fundiária, este mês de novembro, São Joaquim da Linha (Presidente Médici), que,
equivocadamente foi mencionada pelo censo do IBGE e pelo ITERMA como
pertencente à Santa Helena, receberá técnicos do Estado para cumprir uma agenda
política que visa a regularização de lugares ocupados há anos por remanescentes
de quilombos.Os técnicos do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), órgão vinculado à Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes), estarão
realizando em vários locais do Estado, um amplo trabalho do Programa de
Regularização Fundiária do Estado em comunidades remanescentes quilombolas. Colocando
de lado esta questão de divisas e de histórico fundiário local, o que importa
saber é que o Rio Paruá não é apenas um simples lagadiço da BR-316 por
onde se achegaram grileiros, posseiros e retirantes em décadas recentes, pois
há anos, índios Ka'apor e quilombolas já disputavam a fertilidade dos
territórios que ficavam a sua volta.
História da Padroeira Santa Luzia de Siracusa
Corpo intacto de Santa Luzia em seu túmulo na cidade de Veneza |
Luzia ou Lúcia (Santa Luzia) nasceu em Siracusa, em
uma ilha da Cicília, no Sul da Itália,
local de viagens missionárias do Apóstolo São
Paulo (Atos
28:11, 12), para onde o apóstólo Pedro enviara São Marciano,
seu discípulo, em 39, para evangelizá-la; terra também do célebre matemático
Arquimedes, um dia visitada, entre outros, por Ésquilo e Platão (este último a
convite de Dionísio, o sábio). Ela, Luzia, viveu entre os anos 283-304 do
início da era cristã, no período do reinado do Imperador Dioclesiano (284 a
305).
A santa era de família nobre e rica, filha única,
órfão de pai ainda na infância. Por isso, sua mãe, Eutíquia, desejou que a
filha tivesse um esposo para que cuidasse e amasse a sua jovem e indefesa
filha.
Luzia foi convertida ao cristianismo sob a dinâmica
da devoção dos primeiros cristão aos santos mártires da igreja nascente, sendo
ela comovida de admiração e veneração a Santa Águeda ainda criança,
quando sua mãe Eutíquia, já viúva de Lúcio (?) seu pai, aceitou Jesus como
Filho de Deus. Já mais moça, Luzia consagrou-se a esse Deus, oferecendo-lhe a
garantia de sua virgindade como voto perpétuo de seu esposamento divino.
g
Com a mãe, Eutíquia, vitimada por uma doença
hemorrágica incurável, Luzia conseguiu convencê-la de peregrinar até o túmulo
de Santa Águeda em Cantânia, onde achou que sua mãe conseguiria curar-se, o que
aconteceu.
g
Mesmo agradecida a Deus e a interseção de Santa
Águeda para a sua cura, Eutíquia não queria que Luzia ficasse sozinha quando
ela estivesse ausente neste mundo, então insistiu para que sua filha aceitasse
o noivado com o nobre e rico Múcio. Luzia não aceitou, em razão de seu voto de
castidade, para a fúria da paixão de Múcio, que apesar da grande beleza da
pretendida noiva, deveria também está de olho em seu rico dote nupcial, fortuna
esta que Luzia se apressou em distribuir aos pobres, antes do suplício que a
tornaria lembrada para sempre por várias gerações de admiradores e devotos.
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Como já era de se esperar, o malvado Múcio
denunciou Luzia para Pascásio, Governador da capital da
Província Senatorial da Sicília, a cidade de Siracusa. Pascásio, cumpria ordens do
Imperador Dioclesiano quanto à perseguição aos cristãos, seita legalmente
proibida nas províncias romanas. Diante do tribunal de Pascásio, Luzia
confessou-se Cristã e rejeitou adorar os ídolos pagãos de Roma,
caracterizando-se, por isso, no entendimento jurídico romano, como traição aos
deuses nacionais. Entre as sentenças, os fatos miraculosos: arrancaram-lhe os
olhos (mais a vista foi divinamente restabelecida); prostituição de seu corpo
(que os soldados nem sequer conseguiram mover); a de queimá-la em uma fogueira
mantida acesa com resina, azeite e pixe (que não lhe fez nenhum efeito) e por
fim a sua decapitação, que de fato, que lhe fez tombar: era o dia 13 de
dezembro do ano 304. A tradição conta que antes de morrer Luzia anteviu o
castigo de Pascácio e o fim da perseguição de Diocleciano (que governava como
Augusto), que não voltaria a reinar, e a morte de Maximino (que governava como
Cesar).
Uma devoção que atravessou séculos:
d
Século IV:
O culto a Santa Luzia se espalhou por toda a Itália
e mais tarde por toda a Europa e outros continentes, até chegar ao Brasil, com
os portugueses. Só em Roma havia vinte igrejas dedicadas à Santa Luzia. Ela foi
uma das quatro virgens, junto com as Santas Inês, Cecília e Águeda, que gozavam
de ofício próprio e cujos nomes tiveram o privilégio de serem invocados no
Cânon da Santa Missa. No mesmo lugar onde ela foimorta teve uma sepultura onde
em 313 foi construído um santuário a ela dedicado
h
Já nos século V e VI:
Mencionada no antigo Martirológio Romano e no
Martirológio de Beda, o Venerável, Santa Luzia é ainda mencionada
noTractatus de Laudibus Virginitatis e no poema De Laudibus
Virginum de Santo Aldheim.
x
Século IX:
Quando, em 878, os árabes
conquistaram a ilha da Sicília, o corpo de Luzia foi escondido.
k
Século X:
Mais tarde, em 972, o imperador Otão I tramsferiu
as relíquias da santa para a igreja de São Vicente, em Metz, de onde um seu
braço foi levado para o mosteiro de Luitburg, na diocese de Spire. Quando os
francos conquistaram Constantinopla encontraram algumas das relíquias da santa
que o Doge de Veneza levou para o mosteiro de São Jorge, em Veneza.
j
Século XI:
No ano 1039 o general bizantino Giorgio Maniace
transferiu o que sobrou do corpo de Santa Luzia de Siracusa a Constantinopla,
para tirá-la do perigo de invasão da cidade de Siracusa da parte dos Saracenos
(mulçumanos).
g
Século XII:
Segundo o monge Sigebert (1030-1112), de Gembloux,
no seu sermão de Sancta Lucia, dizia que o corpo de Santa Luzia
tinha ficado incorrupto durante 400 anos na Sicília, antes de o Duque de
Spoleto conquistar a ilha e o ter levado para Corfinium, na Itália.
n
Século XIII:
No ano 1204 durante a quarta cruzada, o Doge de
Veneza, Enrico Dandolo, encontra em Constantinopla os restos mortais da Santa e
as leva para Veneza, para o mosteiro de São Jorge e no ano 1280 a faz
transferir para igreja a ela dedicada, em Veneza. Algumas citações se encontram
na Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino (1225-1274). Entre os seus
devotos encontramos Santa Catarina de Siena e São Leão Magno.
Século XIV:
Na obra "A divina comédia", de Dante
Alighieri (1265-1321) Luzia, mártir e santa, é apresentada como símbolo da
graça iluminante. O imortal poeta italiano agradecia a Santa Luzia pela cura de
uma doença nas vistas.
v
Século XVI:
Já no ano de 1513, os venezianos presentearam Luís
XII de França com a cabeça da santa que ele depositou na igreja catedral de
Bourges. O próprio Dante declarou-se um fiel devoto de Santa Luzia.
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Século XIX:
Descoberta arqueológica revela o testemunho mais
antigo em uma epígrafe marmórea em grego, do século IV, descoberta no ano 1894
nas catacumbas de Siracusa, prova da existência e comprovação de seu
martírio.
h
Século XX:
Em 1939, seu corpo, bastante conservado, foi
colocado numa urna nova. O patriarca Ângelo Roncalli, depois papa João XXIII,
em 1955 fez com que se confeccionasse uma máscara de prata para envolver as
santas relíquias.
Século XXI:
Está numa lista sumária de santos, cujos restos
mortais não foram deteriorados pelo tempo. No caso de Luzia, este fenômeno sem
explicação consensual entre a Igreja e a Ciência, ainda é um mistério, pois
Luzia foi martirizada a mais de 1700 anos, confira: Santos incorruptos! Segue
vídeo com história narrada de Santa Luzia:
Pesquisa de Luís Magno Alencar