Um coral de jovens evangélicos foi comparado a nazistas e extremistas muçulmanos por representarem uma igreja com pontos de vista conservadores a respeito de temas que atualmente são muito discutidos na sociedade.
Os jovens fazem parte do coral da Igreja Batista de Prestonwood, na
cidade de Plano, no Texas (EUA), e foi hostilizado em uma apresentação
na cidade de Edimburgo, Escócia, por supostamente ter uma “agenda
ameaçadora”.
A apresentação do coral foi criticada pela Scottish
Secular Society (“sociedade secular escocesa”, em tradução livre), que
afirmou que os adolescentes estavam em uma missão para empurrar a sua
“mensagem antigay e antiaborto aos escoceses inocentes”.
“Eles também estão planejando impor [ideias] para mudar as leis do
reino escocês, que protegem as consciências dos secularistas e outros
dissidentes religiosos”, disse o SSS.
Megan Crawford, que afirma ser uma “texana criada em uma igreja
batista”, é presidente da SSS, e disse que sua entidade estava “muito
preocupada com megaigrejas que têm um crescente interesse em visitar a
Irlanda, Escócia e Inglaterra empurrando sua agenda extremamente
fundamentalista”, e questionou: “Por que eles estão sequer autorizados
aqui para tentar afetar as nossas leis e vidas?”.
Para muitos que comentaram sobre a história, a resposta a essa
pergunta era óbvia, segundo informações do Christian Examiner: “Nós,
supostamente, vivemos em uma sociedade tolerante respeitando o direito à
liberdade de expressão”, escreveu um internauta.
“Até este artigo e grita da SSS eu nunca tinha ouvido falar desta
multidão. Ficar esperneando e babando indignação, geralmente, é
contraproducente”, opinou outro leitor.
Os jovens do coral fazem parte de um projeto que está em uma turnê de
uma semana na Escócia e o norte da Inglaterra, auxiliando uma missão
evangelística nas áreas rurais dos dois países.
No último sábado, o grupo de aproximadamente 100 jovens foram levados
a Edimburgo, para uma apresentação no Waverley Mall, um shopping em
Princes Street, onde cantaram e entregaram cartões de oração.
“Não havia nenhum sinal exterior de qual igreja realmente
representavan. No Texas, Jack Graham, o líder da igreja [Batista de
Prestonwood] apoiou a campanha presidencial de Donald Trump e se recusa a
aceitar as leis do casamento entre homossexuais”, destacou o jornal
Herald, diário local escocês.
“Ensinar as Escrituras sobre o casamento é não negociável… nós não
podemos, e não vamos’ afirmar a aceitabilidade moral do comportamento
homossexual”, disse o pastor. Essa diretriz também é usada na
Prestonwood Christian Academy, uma escola particular da Igreja.
A Igreja Batista de Prestonwood financia um centro de auxílio a
gestações delicadas, que já atendeu mais de três mil mulheres e as
ajudou a “escolher a vida” para seus bebês, ao invés do aborto.
Um porta-voz do shopping ao ar livre onde o coral de jovens se
apresentou disse que não houve queixas e que o estabelecimento estava
cheio de pessoas assistindo os jovens cantando.
Intolerância
A presidente da SSS, no entanto, desconsiderou a recepção pacífica
dos escoceses ao coral, e reiterou suas críticas: “A maioria das pessoas
não apreciam que estas megaigrejas, com as suas quantidades
aparentemente ilimitadas de dinheiro livre de impostos, venham aqui e
tenham permissão para tentar afetar nossas vidas”, disse ela. “Eles são
extremamente fundamentalistas, tendo em vista que o casamento deve ser
um macho e uma fêmea, com o sexo somente para a procriação e antiaborto,
e com um monte de jovens criacionistas lá dentro”, esbravejou.
Outra que criticou a visita do coral à cidade foi Shona Craven,
colunista do Herald, que considerou os jovens cristãos como “carrapatos”
obcecados por “pureza sexual e adeptos de uma agenda contra a escolha
[do aborto]”.
Craven afirmou ainda que o coral era uma espécie de “cavalo de
Tróia”: “Um espetáculo de marionetes neonazistas no centro comercial?
Truques mágicos por Estado islâmico na Buchanan Galleries? Eu tenho
certeza que a maioria dos escoceses são muito mais experientes para
serem enrolados pelo carisma evangélico, mas esse não é realmente o
ponto. Como uma nação deveríamos estar dizendo claramente: ‘fanáticos
não são bem-vindos aqui’”, concluiu.
Por Notícias Gospel
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